A queridinha do ano no Isaloni é a EuroCucina, que chegou na sua 22ª edição. Essa exibição bianual mostra as novidades em design para projetos de cozinha e eletrodomésticos. A feira acontece em 22.000 m², expõem 117 empresas e recebe a visita de mais de 300.000 espectadores.
As cozinhas se reafirmam como o centro da casa, como chamam os italianos, o cuore dela casa. Um lugar de relacionamento e socialização, sempre em destaque nos lares, cada vez mais funcionais, com eletrodomésticos e móveis tecnológicos, onde espaços se transformam através de surpreendentes artifícios mecânicos.
Portas, gavetas e superfícies abrem e fecham com precisão - e até mesmo a pia desaparecerá para depois voltar à sua função tradicional, em uma espécie de jogo criado para facilitar as tarefas do cotidiano. Aliás, os itens de tecnologia chamam a atenção.
Ora eles aparecem como espaços escondidos que, com um abrir de porta ou toque, revelam um mundo dentro dos armários. Outras marcas já preferem deixar todos os itens cada vez mais aparentes, com coifas, cristaleiras, estantes e nichos transparentes.
Ou seja, cozinha é um lugar de interconexão, multifuncional mas sempre com um apelo emocional fortíssimo.
No entanto, toda a tecnologia apresentada, também contrasta com a tendência de resgatar a natureza, com um toque dos materiais naturais... De fazer a própria horta, de criar espaços e estilos com as coisas que se ama.
Foram apresentados novos revestimentos e cores, com um desenho mais leve onde os puxadores dão lugar as cavas ou aberturas por toque.
Vimos também muitas transparências que ganham outro mote: mostrar a cozinha como centro da casa e merecedora de uma decoração que precisa ficar em evidência. Algumas vezes com nichos sem portas e outras com vidro incolor transparente ou translúcido.
Os móveis e revestimentos devem ser capazes de transmitir aconchego, bem estar e de aproximar as pessoas com o uso de uma paleta de cores quentes e impactantes. Acabamentos foscos, madeiras nobres, combinadas com pedras e metais (como bronze e latão), além dos materiais híbridos que foram a grande surpresa do salão.
Os elementos naturais, como já dito, presentes nos projetos trazem a natureza para dento da casa. As pedras foram usadas em diferentes interpretações, naturais e em produtos, reproduzindo seus desenhos. Com texturas ou lisas, claras ou escuras, em tampos ou nos frontais (portas ou gavetas), mas sempre compondo com a madeira, pelo calor que ela propicia e harmonia que confere ao projeto.
Percebeu-se também as estampas de materiais híbridos que são a combinação de dois materiais diferentes como concreto e metal criando uma nova textura (exemplo abaixo).
O uso do vidro nas cozinhas cresceu muito, com ao menos um elemento em vidro, muitas vezes com a criação de cristaleiras e módulos de bar iluminados.
Vimos também vidros com texturas, ranhuras, com efeito bico de jaca (bem anos 60/70), serigrafado, de telinha ou efeito martelado. Cada projeto trazia uma interpretação e uso – mas na maioria valorizando a ideia de transparência.
A aplicação da Iluminação LED apareceu ainda mais forte, para diferenciar projetos de mobiliário. Ela está presente nos fundos dos móveis, em pontos de luz com diferentes aplicações, em nichos e prateleiras inteiras, mas também em pequenos “rasgos” ou cortes laterais para inserir fitas de iluminação. A luz aplicada no mobiliário valoriza o móvel e deixa decoração mais intimista.
Pra finalizar, o metal ganha destaque em diferentes cores, espessuras e desenhos, dando um toque industrial aos projetos. Percebe-se todo um trabalho de engenharia e design na produção dessas peças de metal. Na EuroCucina e também no salão principal de Milão, inúmeras empresas apostaram em estantes, nichos e portas com perfis em metal.
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